O projeto Engenhoka visa estimular o pensamento criativo, crítico e experimental de crianças e adolescentes, utilizando a tecnologia como ferramenta artística e pedagógica. A iniciativa, viabilizada pela Lei Rouanet, oferece cursos de imersão em robótica educacional e arte em escolas públicas do Brasil.
Priscila Seixas, presidente do Instituto Burburinho Cultural e idealizadora do projeto, destaca que a ação surgiu da experiência da entidade em integrar arte, educação e tecnologia. “O objetivo é transformar escolas públicas em espaços criativos, quebrando as barreiras tradicionais entre ciência e arte, teoria e prática, conhecimento técnico e expressão cultural”, afirma.
Inspirado na abordagem Steam, que abrange Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, o Engenhoka busca formar estudantes que não sejam apenas consumidores de tecnologia, mas também inventores e solucionadores de problemas. “A arte é o motor que conecta saberes e práticas, e a robótica é uma das possíveis linguagens de criação”, salienta Priscila.
Uma das metas do projeto é a integração entre artes e ciências, partindo do entendimento de que ambas sempre estiveram interligadas. “Leonardo da Vinci era inventor, artista e engenheiro. Nós resgatamos esse espírito e o trazemos para as escolas públicas brasileiras, estimulando a criatividade e o pensamento computacional”, comenta.
Atualmente, o curso está em andamento em escolas do Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, com planos de expansão para novos locais até o final do ano, incluindo bairros como Copacabana e Centro e cidades como Barra do Piraí e Macaé (RJ), além de Salvador (BA) e Curitiba (PR). “A proposta é descentralizar o acesso à educação tecnológica e criativa, focando escolas de regiões periféricas e portuárias ou em recuperação pós-calamidade”, explica Priscila.
Durante as aulas, os alunos participam de oficinas práticas de robótica, programação criativa, design, prototipagem e modelagem, desenvolvendo habilidades de trabalho em equipe e criação de projetos autorais. A formação é orientada por monitores capacitados e educadores locais, além da colaboração de profissionais de libras, designers e artistas. Ao final, o material usado nas atividades é doado às instituições, que recebem um estúdio completo com impressoras 3D, kits de robótica e material didático.
O Engenhoka está aprovado na Lei Rouanet para captar R$ 2,68 milhões na categoria de artes visuais e já arrecadou mais de R$ 2,2 milhões. Henilton Menezes, secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério, ressalta a importância da iniciativa como exemplo do poder transformador da lei e da diversidade no setor cultural.
Priscila enfatiza que a Lei Rouanet é essencial para a realização do Engenhoka, permitindo que empresas com responsabilidade social financiem iniciativas culturais de grande impacto educacional. “A cultura atua como força estruturante da educação e inovação. Sem a Lei, esse tipo de ação em escala nacional seria inviável”, conclui.
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