O segundo leilão do Programa Eco Invest Brasil, destinado à mobilização de capital privado para projetos sustentáveis, atraiu 11 instituições financeiras e gerou uma demanda de R$ 17,3 bilhões em recursos catalíticos. Esse montante pode desbloquear até R$ 31,4 bilhões em investimentos totais, reunindo recursos públicos e privados para a recuperação de áreas degradadas em todo o país.
Desses R$ 17,3 bilhões solicitados, R$ 16,5 bilhões foram aprovados por meio da linha pública de capital catalítico, resultando em um total de R$ 30,2 bilhões em investimentos. Esses recursos possibilitarão a restauração produtiva de aproximadamente 1,4 milhão de hectares, apoiando produtores que utilizam a terra de forma sustentável. A liberação dos recursos ocorrerá entre 2025 e 2027, reforçando o papel estratégico do Brasil na agenda global de segurança alimentar, biodiversidade e transição energética, além da meta do governo de recuperar 40 milhões de hectares nos próximos dez anos, evitando o desmatamento de novas áreas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a resposta positiva do setor financeiro, enfatizando a estruturação de instrumentos financeiros que aumentam a produtividade e competitividade do Brasil, ao mesmo tempo em que promovem a recuperação de áreas degradadas e fortalecem a segurança alimentar.
O segundo leilão do Eco Invest ocorre no âmbito do Plano de Transformação Ecológica – Novo Brasil, do Programa Caminho Verde Brasil, promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, e do Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou que o Eco Invest se mostra como uma iniciativa inovadora e bem-sucedida, promovendo ações de restauração florestal e desencorajando a expansão da fronteira agropecuária. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que a iniciativa representa um avanço significativo para a agricultura regenerativa, garantindo aos produtores segurança para investir em tecnologias que restauram o solo.
O leilão também recebeu apoio técnico do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido no Brasil. O presidente do BID, Ilan Goldfajn, destacou que a iniciativa pode levar à recuperação de uma área quase três vezes maior que o Distrito Federal e à criação de mais de 170 mil empregos. A embaixadora do Reino Unido, Stephanie Al-Qaq, enfatizou o orgulho do país em apoiar o Eco Invest, que combina inovação financeira e impacto climático positivo.
Outro ponto positivo do leilão foi o aumento do engajamento do setor bancário nacional na agenda sustentável, com três das instituições financeiras participando pela primeira vez do programa. O sucesso desta rodada reflete o crescente interesse do mercado por operações que aliam escala e desenvolvimento econômico sustentável.
Os resultados do leilão reafirmam a posição do Brasil como um líder em investimentos sustentáveis, atraindo capital comprometido com o impacto positivo. O Programa já se prepara para futuras rodadas de captação, focadas em equity e no financiamento de projetos na Amazônia Legal, previstas para o segundo semestre de 2025.
O Eco Invest Brasil foi criado para estimular investimentos privados sustentáveis e atrair capital externo, oferecendo proteção contra a volatilidade cambial. Através de mecanismos financeiros inovadores, o programa busca viabilizar projetos estratégicos em áreas como industrialização verde, recuperação de biomas e inovação tecnológica para a Transformação Ecológica.
O primeiro leilão foi realizado em 2024 e teve uma demanda total de R$ 6,8 bilhões, com potencial para alavancar cerca de R$ 45 bilhões em novos investimentos sustentáveis até 2026. O Eco Invest Brasil integra o Novo Brasil, plano de transformação ecológica do Ministério da Fazenda, que visa elevar o desenvolvimento sustentável e tecnológico em vários setores da sociedade.
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