O Ministério da Saúde selecionou 501 médicos que atuarão em diversas regiões do Brasil por meio do programa Agora Tem Especialistas. Esses profissionais estarão presentes em 212 municípios, abrangendo todos os 26 estados e o Distrito Federal, com foco em áreas onde há carência de especialistas. Aproximadamente 67% dos médicos designados irão reforçar o atendimento em localidades no interior do país, atuando em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia, visando ampliar o acesso à saúde e minimizar o deslocamento dos pacientes para centros urbanos.
Os convidados fazem parte da primeira chamada de um edital inédito do programa, que selecionou especialistas para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). Com uma média de 12 anos de experiência, esses médicos irão reforçar 258 hospitais, policlínicas, centros de diagnóstico e outras unidades da saúde pública nas cinco regiões do país.
“Precisamos de iniciativas ousadas como o Mais Médicos Especialistas, que garantirá a atuação de profissionais no SUS e reduzirá o tempo de espera dos pacientes por atendimento. Com esse reforço, estados e municípios que já investem na saúde pública terão a demanda por especialistas atendida, ampliando o acesso à assistência”, declarou o ministro Alexandre Padilha durante a coletiva que anunciou os resultados.
No Nordeste, que tradicionalmente possui menos médicos especialistas, foram alocados 260 profissionais, representando 51% do total. O Sudeste receberá 125 especialistas, seguido pelo Norte (66), Sul (26) e Centro-Oeste (24). Nas regiões remotas, 25,7% atuarão em áreas de alta vulnerabilidade, 20% na Amazônia Legal e 9% em áreas de fronteira.
A iniciativa gerou grande interesse, com 993 médicos se inscrevendo. Desses, 501 começarão a atender em setembro, enquanto outros 400 ficarão em lista de espera para futuras oportunidades.
Entre os selecionados, 131 profissionais (26%) anteriormente apenas atendiam em hospitais privados e, pela primeira vez, prestarão serviços no SUS, avançando o objetivo do programa em relação à Demografia Médica de 2025, que revela que a maior parte dos médicos especialistas atua na rede privada.
Dos médicos selecionados, 75% serão enviados a hospitais públicos para realizar cirurgias, internações e tratamentos como quimioterapia e radioterapia. Outros 18% atenderão em ambulatórios, oferecendo consultas e exames diversos.
Com o ingresso desses profissionais, pacientes do SUS que residem em áreas remotas, como o sertão da Paraíba, não precisarão mais percorrer até 500 km para tratamento. A expectativa é que a capacidade de atendimento em regiões como Patos (PB) aumente em até 30%.
O Ministério da Saúde distribuiu as vagas com base na análise das demandas do SUS, priorizando regiões com poucos especialistas e considerando a infraestrutura disponível da rede pública. O programa Agora Tem Especialistas também oferece 16 cursos de aprimoramento para os selecionados, que contarão com mentoria em hospitais de excelência.
Os médicos terão uma carga horária de 16 horas semanais dedicada à prática assistencial e quatro horas para atividades educacionais, além de uma bolsa-formação de até R$ 20 mil, conforme a vulnerabilidade dos locais onde atuarão. Os cursos têm duração de 12 meses.
Para mais notícias, acesse o Portal Defesa – Agência de Notícias.
