Ministério do Meio Ambiente Premia Guardiãs da Sociobiodiversidade em Brasília
Na última segunda-feira, 20 de maio, o auditório do Banco do Brasil em Brasília foi palco de uma cerimônia histórica: a entrega do 1º Prêmio Guardiãs da Sociobiodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O evento reconheceu 20 organizações que vêm realizando importantes projetos voltados para a proteção e uso sustentável do conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético.
Os premiados, que incluem indígenas, quilombolas e agricultores, receberam um total de R$ 900 mil, cada um dos contemplados recebendo R$ 45 mil. Esses recursos são o primeiro desembolso do Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios (FNRB), uma iniciativa criada em 2015, mas que só começou a funcionar sob a atual administração.
A ministra Marina Silva destacou a relevância dessa ação, chamando a atenção para o trabalho das comunidades tradicionais na preservação do meio ambiente. "Isso é uma pequena semente, mas, se existe um grupo de pessoas que sabe o que fazer com sementes, são essas pessoas que estão aqui", afirmou durante a cerimonia. Além do prêmio em dinheiro, as organizações também foram agraciadas com troféus feitos de madeira, elaborados pelo Laboratório de Produtos Florestais.
Em seu discurso, a ministra ressaltou a importância do fundo, que busca beneficiar aqueles que cuidam da biodiversidade do país. "É a primeira vez na história do Brasil que temos um fundo específico para apoiar as comunidades que protegem nosso patrimônio natural", disse Marina.
Carina Pimenta, secretária Nacional de Bioeconomia do MMA, também comentou sobre o impacto do prêmio, considerando-o um marco na luta pela justiça e equidade na repartição dos benefícios provenientes do patrimônio genético e do conhecimento tradicional. "Reconhecer e apoiar os guardiões da sociobiodiversidade é vital para a construção do nosso futuro", afirmou.
Os projetos premiados variam de produção de biojóias e extratos naturais à preservação de saberes ancestrais relacionados à biodiversidade. Iran Xukuru, representante do povo indígena de Pesqueira em Pernambuco, exemplifica essa riqueza cultural, destacando como o prêmio valida a luta por um manejo sustentável das riquezas naturais.
Por sua vez, Ana Lúcia Rodrigues do Nascimento, conhecida como Ana do Coco, expressou entusiasmo ao receber a premiação, ressaltando a importância do reconhecimento cultural para a sua comunidade quilombola.
O evento, que integrou as comemorações do Dia Internacional da Biodiversidade e os dez anos da Lei do Patrimônio Genético, não só celebrou as conquistas já alcançadas, mas também lançou um olhar esperançoso sobre o futuro das comunidades tradicionais no Brasil.
Perguntas Frequentes
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O que é o prêmio Guardiãs da Sociobiodiversidade?
O prêmio é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente que reconhece e financia projetos de organizações que atuam na proteção e uso sustentável do conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético. -
Quem pôde participar da premiação?
Organizações representativas de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, entre outros, puderam se inscrever e participar. -
Quanto cada organização premiada recebeu?
Cada entidade contemplada levou para casa R$ 45 mil, totalizando R$ 900 mil distribuídos entre 20 organizações. -
Qual a importância do Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios (FNRB)?
O FNRB visa apoiar as comunidades tradicionais que protegem a biodiversidade e promove uma repartição justa e equitativa dos benefícios gerados a partir do conhecimento tradicional e do patrimônio genético. - Quais são alguns exemplos de projetos premiados?
Os projetos premiados incluem a produção de biojóias, óleos medicinais, extratos naturais e iniciativas que preservam saberes ancestrais relacionados à biodiversidade local.