A cidade de Bogotá, na Colômbia, foi o palco do Diálogo da América do Sul, Central e Caribe do Balanço Ético Global (BEG) na quinta-feira (21/8). Esta iniciativa, que integra um dos quatro pilares de mobilização social da COP30, a Conferência do Clima de Belém (PA), é um espaço para discutir as ações necessárias para enfrentar a mudança climática de maneira ética, levando em consideração as populações mais vulneráveis.
O evento contou com a presença de aproximadamente 30 participantes, incluindo lideranças religiosas, políticas e empresariais, artistas, representantes de comunidades indígenas e afrodescendentes, além de jovens, cientistas e ativistas da região.
Entre as autoridades presentes estavam a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; a ex-presidente do Chile e colíder do BEG para a América do Sul, Central e Caribe, Michelle Bachelet; os ministros dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo; além do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.
Durante seu discurso, Marina Silva destacou que o BEG “busca avaliar o estado atual da emergência climática, fundamentado na ética dos valores.” Ela enfatizou a importância de estabelecer um novo marco referencial para os próximos dez anos no enfrentamento da mudança climática.
Michelle Bachelet apontou que o mundo se encontra em um “momento decisivo” para implementar ações que limitem o aumento da temperatura global a um máximo de 1,5°C. Ela sublinhou que, apesar das dificuldades, essa meta deve ser perseguida, pois abdicar dela significaria aceitar o sofrimento de milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.
André Corrêa do Lago complementou que a discussão sobre o clima envolve não apenas a questão ambiental, mas também propostas para construir um mundo melhor. Ele ressaltou que a ciência já adverte sobre a urgência de ações mais rápidas para enfrentar a mudança climática.
O BEG propõe uma reflexão sobre os avanços e os desafios que ainda enfrentamos em direção ao cumprimento do Acordo de Paris, que visa conter o aumento da temperatura média do planeta a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. A iniciativa afirma que as soluções técnicas para enfrentar a mudança climática já existem, e que a falta de compromisso ético é o maior obstáculo à sua implementação.
Um componente central do BEG são as resoluções do Consenso dos Emirados Árabes Unidos, acordadas na COP28, que incluem a triplicação das energias renováveis e a transição para o fim do uso de combustíveis fósseis. O evento em Bogotá, apoiado pela Fundação Rockefeller, é parte de um esforço regional em preparação para a COP30.
O BEG também prevê Diálogos Regionais adicionais em diversas partes do mundo até outubro, promovendo um intercâmbio de ideias e soluções em várias continentes. Os próximos encontros ocorrerão na África, Ásia, Oceania e América do Norte, cada um com líderes regionais.
A reunião em Bogotá lastreou-se em um compromisso ético de cada cidadão, organização e governo para enfrentar a crise climática, refletindo a necessidade de escuta ativa entre diversas lideranças.
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