Justiça Determina Imissão na Posse da Casa da Morte: Um Marco para a Memória e Verdade no Brasil
Em uma decisão histórica, a Justiça Estadual do Rio de Janeiro determinou, no último dia 22, a imissão na posse da Casa da Morte, um dos principais centros clandestinos de repressão da ditadura militar brasileira, localizada em Petrópolis. Esta conquista é um avanço significativo nas Políticas de Memória e Verdade, promovidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A Casa da Morte, que funcionou a partir de 1971, foi um espaço onde opositores da ditadura foram ilegalmente detidos, torturados e desaparecidos. Estima-se que mais de 20 pessoas tenham passado pelo local, sendo que apenas uma sobrevivera: Inês Etienne Romeu, cujo testemunho garantiu a visibilidade e a mobilização em torno dos crimes cometidos ali.
Um Patrimônio Público
A decisão judicial implica que o imóvel passará a integrar oficialmente o patrimônio público brasileiro, permitindo sua transformação em um memorial. Esta iniciativa não apenas busca reconhecer e preservar a memória das vítimas, mas também promover a educação em direitos humanos e fortalecer a democracia. O MDHC, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), está trabalhando para viabilizar a adoção das primeiras medidas necessárias para a implementação desse memorial.
"A imissão na posse é um passo importante, mas ainda não representa uma política completamente constituída. Nossa luta continuará até que o memorial seja plenamente realizado", disse Paula Franco, coordenadora-geral de Memória e Verdade do MDHC.
Um Chamado à Memória
Embora a vitória simbólica represente um avanço na responsabilização por graves violações de direitos humanos, é fundamental que a sociedade civil, as famílias das vítimas e os sobreviventes continuem a ser ouvidos. O trabalho conjunto e a mobilização da comunidade são essenciais para que o memorial possa ser implementado de maneira respeitosa e eficaz.
A Casa da Morte se tornará, assim, um espaço de reflexão e educação, um local onde as histórias de dolorosas memórias serão preservadas e divulgadas, garantindo que eventos semelhantes não se repitam.
Perguntas e Respostas
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O que é a Casa da Morte?
- A Casa da Morte foi um centro clandestino do regime militar no Brasil, utilizado entre 1971 e 1974 para a detenção, tortura e desaparecimento de opositores. Estima-se que mais de 20 pessoas tenham sido levadas ao local.
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Qual a importância da decisão judicial sobre a Casa da Morte?
- A decisão marca um avanço significativo nas políticas de memória e verdade, permitindo que o imóvel se torne patrimônio público e um memorial dedicado às vítimas da ditadura, promovendo a preservação da história e educação em direitos humanos.
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Quem sobreviveu à Casa da Morte?
- Inês Etienne Romeu é a única sobrevivente documentada do local, e seu depoimento foi crucial para dar visibilidade às atrocidades ocorridas ali.
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Como será o futuro da Casa da Morte?
- O MDHC, em parceria com a Universidade Federal Fluminense e diversas entidades, está trabalhando para transformar o espaço em um memorial que promova a educação em direitos humanos e a preservação da memória.
- Quais são os próximos passos após a imissão na posse?
- Após a decisão, o próximo passo é a implementação do memorial, por meio de planejamentos que considerem as melhores práticas para a sua execução, sempre com a participação da comunidade e dos sobreviventes.