O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou da abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, conhecida como Conselhão, na manhã desta terça-feira (5/8), no Palácio do Planalto, em Brasília. Durante sua fala, Haddad enfatizou o compromisso do Governo Federal com o crescimento sustentável, a justiça social e tributária, além de reafirmar a defesa da soberania brasileira.
O ministro destacou os avanços no combate à desigualdade e a importância do Conselhão em políticas estruturantes. “Esse Conselho teve um papel significativo na reforma do crédito. Discutimos aqui programas como o Desenrola, o Acredita, o Crédito do Trabalhador e o novo Marco de Garantias. Muitas propostas foram acolhidas pelo Ministério da Fazenda e já se tornaram projetos de lei”, declarou.
Haddad ainda apontou que o governo está implementando uma “agenda completa” de transformação econômica, focando na transformação ecológica, na Reforma Tributária e na redução do spread bancário. “Estamos criando o melhor sistema tributário do mundo. A regulamentação da reforma envolve mais de 30 grupos de trabalho. O novo sistema será 156 vezes maior que o Pix e 11 vezes mais robusto que o atual da Receita Federal”, afirmou.
Em relação ao cenário econômico, o ministro apresentou um balanço otimista das contas públicas: “Estamos corrigindo o déficit primário sem cortar investimentos em saúde, educação e outras políticas públicas. Fazer justiça fiscal é cobrar impostos de quem ainda não paga”.
Sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos, Haddad expressou preocupação com os setores mais vulneráveis da economia. “Essa medida é injusta e não condiz com mais de 200 anos de relações entre os dois países. Estamos abertos ao diálogo, mas a soberania do Brasil e o respeito às nossas instituições são inegociáveis”, defendeu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que presidiu a abertura do evento, lembrou do intervalo em que o Conselhão foi encerrado entre 2019 e 2022, enfatizando sua importância para a democracia e o diálogo social. “Esse país perdeu muito com o encerramento do Conselho. A democracia deve ser defendida, e isso inclui trabalhar com a verdade. O Brasil saiu do mapa da fome — mais de 29 milhões de pessoas voltaram a ter acesso à alimentação”, destacou.
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ressaltou que o Conselhão representa uma legítima expressão de participação social, elevando o diálogo entre sociedade e governo e contribuindo para a construção de políticas públicas. “Hoje, celebramos a saída do Brasil do mapa da fome e ações como a Política Nacional para a Primeira Infância”, afirmou.
Durante a reunião, foram apresentados pela conselheira Laura Carvalho os resultados preliminares de um portfólio de investimentos para a transformação ecológica, que mapeou mais de 2.000 projetos somando R$ 450 bilhões em atividades econômicas sustentáveis. “A transição climática é não apenas uma realidade, mas uma grande oportunidade econômica”, disse.
Haddad enfatizou que a agenda verde tem potencial para atrair investimentos estratégicos. “O mundo precisa de energia limpa e barata, e o Brasil tem essa capacidade. Temos minerais críticos e uma indústria capaz de produzir tecnologias sustentáveis”, afirmou.
Outro ponto relevante foi a entrega de um caderno de propostas para a reforma do crédito, focando na redução do spread bancário. O documento resulta do trabalho conjunto dos conselheiros e inclui ações como prevenção a fraudes e apoio a micro e pequenas empresas.
O encontro também contou com a presença de novos conselheiros, incluindo a atriz Dira Paes, que destacou a diversidade do colegiado como uma força coletiva para a elaboração de propostas que buscam um Brasil mais justo e sustentável. Representando o setor empresarial, Josué Gomes, da Fiesp, defendeu a criação de um ambiente de negócios seguro e produtivo.
A 5ª Reunião Plenária do Conselhão reafirmou o papel estratégico do colegiado como um espaço de construção coletiva de políticas públicas e um motor de uma agenda econômica, social e ambiental inclusiva e ambiciosa.
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