As comunidades localizadas ao longo do Rio Doce iniciaram um novo ciclo na recuperação de suas vidas com o lançamento do Programa de Fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social no Rio Doce (ProFort-SUAS). Este programa assegura a liberação de R$ 640 milhões ao longo de 20 anos para a rede socioassistencial dos municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, que ainda enfrentam as consequências do rompimento da Barragem de Fundão.
Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o ProFort-SUAS foi apresentado em um evento em Governador Valadares (MG), onde estiveram presentes representantes de movimentos sociais, integrantes da comunidade afetada, além de autoridades municipais e federais.
Durante a assinatura do termo que oficializa o programa, o secretário nacional de Assistência Social do MDS, André Quintão, afirmou que todos os municípios que firmaram o compromisso receberão até sexta-feira (15.08) a parcela anual, referente a 2025. No total, 49 municípios já aderiram ao acordo.
Quintão detalhou que, neste primeiro ano, serão repassados R$ 25 milhões, que serão distribuídos entre 38 municípios de Minas Gerais e 11 do Espírito Santo. Esse investimento visa expandir as equipes, melhorar infraestrutura e fortalecer a assistência social.
Após a disponibilização dos recursos, cada município deve aprovar, nos conselhos de assistência social, os critérios de uso e o planejamento para a aplicação do valor. A iniciativa representa um passo significativo no Acordo Judicial para Reparação Integral e Definitiva em virtude do rompimento da barragem.
Maria da Penha Conceição, uma trabalhadora rural, comentou sobre os desafios enfrentados pela comunidade diante da tragédia. Ela sublinhou a importância do rio para a vida local, afirmando que o desastre transformou suas habitações e modos de vida. “Vamos lutar para tentar recomeçar a vida”, declarou.
A gestora de projetos Maria de Fátima Vieira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ressaltou que os esforços do governo são cruciais para a recuperação da região e para enfrentar a vulnerabilidade da população em decorrência da contaminação.
O ProFort-SUAS visa mitigar os efeitos socioeconômicos e fortalecer a rede de proteção social na área afetada, marcada pelo rompimento da Barragem de Fundão em 5 de novembro de 2015. Este desastre, considerado a maior catástrofe ambiental do Brasil, liberou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos, afetando gravemente o ecossistema e as comunidades da região. A tragédia resultou na morte de 19 pessoas e deixou três desaparecidas.
Para mais notícias, acesse o Portal Defesa – Agência de Notícias.