quarta-feira, maio 28, 2025
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Google libera uso do Gemini para crianças e reacende debate sobre IA na infância

Gigante da tecnologia permitirá que menores de 13 anos acessem seu chatbot de inteligência artificial; especialistas alertam sobre riscos e cuidados.

Por Alan Menezes
Especialista em Tecnologia e Defesa Cibernética

O Google está prestes a dar um passo inédito no universo da inteligência artificial: liberar o uso do Gemini, seu assistente virtual com IA generativa, para crianças com menos de 13 anos. A novidade foi anunciada discretamente por meio do aplicativo Family Link, voltado para controle parental, e acendeu um alerta entre pais, educadores e especialistas em segurança digital.

A decisão marca um movimento ousado da Big Tech ao permitir que o público infantil interaja diretamente com um chatbot, mesmo com restrições. Embora ainda não exista uma data oficial para o lançamento, o acesso ao Gemini será condicionado à aprovação dos responsáveis e estará vinculado a contas gerenciadas via Family Link — plataforma que permite aos pais monitorar o uso de dispositivos Android e contas Google de seus filhos.

Privacidade e limitações

Segundo o Google, dados de crianças não serão utilizados no treinamento dos modelos de IA — política já adotada em contas educacionais do tipo “Workplace for Education”. Ainda assim, a empresa reconhece que o sistema pode apresentar erros e não garante proteção total contra conteúdos impróprios, o que levanta preocupações sobre a real eficácia dos filtros e da moderação.

Até o momento, não há confirmação sobre a possibilidade de os responsáveis limitarem manualmente tópicos ou interações específicas com a IA. O Google apenas reforça a importância do diálogo entre pais e filhos e recomenda que os tutores orientem as crianças a não compartilharem dados pessoais e compreendam que estão conversando com uma máquina, e não com um ser humano.

Gemini: mais que um chatbot

O Google Gemini é mais do que um simples assistente. Ele representa o núcleo da estratégia de IA generativa da empresa, atuando tanto como chatbot quanto como motor dos recursos inteligentes incorporados ao Google Docs, Planilhas, Gmail e outros serviços. Ou seja, colocar essa ferramenta nas mãos de crianças significa não apenas introduzi-las a um novo tipo de tecnologia, mas integrá-las ao ecossistema de produtividade da gigante de Mountain View.

Quando uma criança acessar o Gemini pela primeira vez, o responsável será notificado em tempo real. Caso deseje, poderá bloquear o uso do chatbot diretamente pelo painel do Family Link, garantindo algum nível de controle.

Riscos e reflexões

A liberação do Gemini para menores de idade acontece em um momento delicado, em que legisladores ao redor do mundo discutem formas de regulamentar o uso de IA, principalmente no que diz respeito à exposição infantil. Críticos apontam que o Google pode estar correndo para popularizar sua ferramenta entre jovens usuários como estratégia para manter a relevância diante de concorrentes como a OpenAI (ChatGPT) e a Anthropic (Claude).

O debate agora gira em torno de como equilibrar inovação tecnológica com responsabilidade ética, especialmente ao considerar o impacto do uso precoce de IA na formação cognitiva, emocional e social das crianças.

A iniciativa do Google, embora inovadora, exige atenção redobrada dos responsáveis. Introduzir crianças ao universo da inteligência artificial pode ser educativo e transformador, mas sem os devidos cuidados, também pode ser arriscado. A tecnologia, afinal, é neutra — o impacto depende de como, quando e por quem ela é usada.

Fontes:

The Verge
The New York Times
TecMundo

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