O Programa Cisternas e os impactos das mudanças climáticas foram abordados no primeiro dia do Semiárido Show, a principal feira de agricultura familiar, que acontece em Petrolina, Pernambuco, até 29 de agosto. O evento contou com a presença de Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.
Durante o encontro, a secretária destacou que o Programa Cisternas integra um conjunto de políticas públicas voltadas à segurança alimentar e à redução da pobreza extrema. Rahal atribuiu o sucesso da iniciativa à colaboração entre a sociedade civil, o governo e os pesquisadores. “Essa parceria nos permite alcançar locais onde, muitas vezes, o poder público não chega sozinho”, afirmou.
Alexandre Pires, diretor de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ressaltou a importância do Programa Cisternas na luta contra a desertificação, que se caracteriza pela perda de fertilidade do solo. Segundo ele, o Plano Nacional de Desertificação, criado em 2004, estabeleceu metas, incluindo a construção de um milhão de cisternas.
A estocagem de água, promovida pelo Programa Cisternas, em conjunto com outras iniciativas como bancos de sementes e sistemas de reúso, capacita as famílias do Semiárido a cultivar de acordo com as condições climáticas da região, além de preservar a biodiversidade local.
O evento também celebrou a construção de quase 190 mil tecnologias hídricas desde a reativação do Programa Cisternas no atual governo. Cícero Félix, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), relembrou que a ASA elaborou um documento pedindo a retomada imediata do programa após a reeleição do governo Lula.
A agricultora Maria Lindaci Lima, de Alagoas, assinou um termo de recebimento da tecnologia e compartilhou sua experiência: “Mudou a minha vida! Hoje eu tenho água de qualidade, boa, sadia para eu beber”. Ao seu lado, Clarice da Silva Duarte, da comunidade de Fundo de Pasto Curral Novo em Juazeiro (BA), expressou gratidão pela possibilidade de plantar, mas observou que nem todas as famílias possuem acesso a essa tecnologia.
“Temos a possibilidade de cultivar coentro, alface, beterraba, tudo o que você quiser. Se todo mundo tivesse uma cisterna, não precisaria mais carregar água na cabeça”, considerou.
O Programa Cisternas, criado em 2003, visa promover o acesso à água para consumo e produção de alimentos por meio de tecnologias sociais simples e acessíveis. Ele é regulamentado pela Lei nº 12.873 de 2013, pelo Decreto nº 9.606 de 2018, e por diversas portarias e instruções normativas. O foco está em famílias rurais de baixa renda, com prioridade para povos e comunidades tradicionais, que devem estar inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
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