O Porta-Aviões Fujian: Um Marco na Projeção Naval da China
A República Popular da China está se preparando para a entrada em serviço de seu mais avançado porta-aviões, o Fujian (Type 003), previsto para 2025. Este novo navio representa um salto significativo nas capacidades de projeção naval da China no Pacífico, desafiando o domínio histórico dos Estados Unidos na região.
Inovações Tecnológicas
O Fujian, lançado em 17 de junho de 2022 no estaleiro de Jiangnan, destaca-se como o primeiro porta-aviões chinês a incorporar propulsão convencional na configuração CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery). Essa tecnologia, até então exclusiva dos porta-aviões nucleares da classe “Gerald R. Ford”, dos EUA, permite que o Fujian opere com catapultas eletromagnéticas. Com um deslocamento superior a 80.000 toneladas, o navio possui um convés de voo contínuo e está equipado com três catapultas eletromagnéticas, além de um sistema de recuperação de aeronaves.
Desde maio de 2024, o porta-aviões já completou mais de 100 dias de testes, incluindo operações com o caça stealth J-35, que indicam que ele está na fase final de qualificação para se unir à frota ativa.
Capacidade Operacional e Aeronaves
Uma das principais inovações que o Fujian traz é a diversidade de aeronaves que poderá operar. Essas incluem o caça embarcado J-15T, o avião de guerra eletrônica J-15D, o mencionado J-35, e o AEW&C KJ-600, além de helicópteros e drones. Essa ampla gama de capacidades possibilitará à Marinha Chinesa um novo perfil operacional e estratégico.
Impacto Geopolítico
Recentemente, as operações conjuntas dos porta-aviões Liaoning e Shandong nas águas do Pacífico, incluindo aproximações a Guam, têm elevado as preocupações de Japão e Taiwan sobre as ambições expansionistas da China na região. A introdução do Fujian adiciona preocupações adicionais, destacando o crescimento do poder naval chinês como um desafio direto à superioridade americana, que atualmente conta com 11 porta-aviões nucleares.
A Era dos Três Porta-Aviões
Com o comissionamento do Fujian, analistas preveem que a China dará um passo oficial em direção a uma nova era de "três porta-aviões". Adicionalmente, há planos para a construção de um quarto porta-aviões com propulsão nuclear (Type 004), o que significará um reforço ainda maior nas capacidades navais do país.
Conclusão
A entrada em serviço do Fujian não representa apenas um avanço tecnológico, mas também uma transformação no equilíbrio de poder no Indo-Pacífico. Com capacidades semelhantes às dos porta-aviões americanos, o Fujian poderá projetar a força da China de maneira mais efetiva, alterando o panorama da segurança e da geopolítica na região. O futuro, então, será marcado pela corrida naval entre os Estados Unidos e a China, com cada lado buscando manter sua posição de domínio.
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