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Cerrado registra redução de 20% nos alertas de desmatamento, enquanto a Amazônia enfrenta aumento da degradação devido a incêndios

Os alertas de desmatamento apresentaram uma diminuição em três dos principais biomas brasileiros entre agosto de 2024 e julho de 2025. O Cerrado se destacou com uma redução de 20,8% na área sob alerta, enquanto o Pantanal teve uma queda expressiva de 72%. A Amazônia também registrou uma queda geral de 48%, embora os estados de Mato Grosso e Amazonas tenham visto um aumento significativo na degradação, com a continuidade de incêndios e desmatamentos preocupantes para os especialistas.

O conceito de desmatamento refere-se à remoção total ou quase total da vegetação nativa em uma área, frequentemente para fins agropecuários, mineração ou infraestrutura. No Brasil, isso está associado, principalmente, ao corte raso de florestas como a Amazônia e o Cerrado. Já a degradação, por sua vez, causa danificações progressivas ao ambiente sem eliminar completamente a vegetação, sendo resultado de práticas como a extração seletiva de madeira, incêndios e expansão de pastagens. Esses impactos comprometem a capacidade da floresta de se regenerar e de desempenhar funções essenciais, como a regulação climática e a conservação da biodiversidade.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (7) em Brasília durante um evento promovido pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados anuais são coletados pelos sistemas DETER e PRODES, operados pelo Inpe.

Cláudio Almeida, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e outros biomas do Inpe, ressaltou a importância da redução no Cerrado, bioma que tem enfrentado pressões significativas nos últimos anos. “As políticas públicas e a fiscalização têm surtido efeito, mas o desafio permanece”, comentou. Ele também enfatizou a necessidade de uma análise regional detalhada, apontando que, apesar da queda geral, estados como Mato Grosso e Piauí aumentaram suas áreas sob alerta, demandando ações específicas e coordenadas para evitar retrocessos.

Embora tenha havido uma diminuição nos alertas de desmatamento em todos os biomas, o Cerrado continua a ser a região mais pressionada, com 5.555 km² sob alerta de agosto de 2024 a julho de 2025. Enquanto estados como Maranhão, Tocantins, Bahia, Mato Grosso e Minas Gerais apresentaram redução nos índices, o Piauí viu um aumento alarmante de 33% nas áreas sob alerta.

Na Amazônia, os alertas caíram quase 50%, com destaque para a redução de 35% em Rondônia, mas com um aumento de 74% no Mato Grosso e uma leve alta de 3% no Amazonas. O Pará, embora tenha reduzido os alertas em 21% em relação ao período anterior, ainda lidera em área desmatada.

No Pantanal, os alertas de supressão vegetal diminuíram em 72%, refletindo avanços na preservação do bioma. Contudo, as cicatrizes das queimadas permanecem visíveis, com 16.125 km² registrados em 2025 e picos críticos durante a estação seca, especialmente em novembro, quando mais de 8 mil km² foram queimados. Esse cenário enfatiza a necessidade de ações coordenadas que unam prevenção, fiscalização e respostas rápidas baseadas em dados científicos.

Márcio Rojas, diretor substituto de Ciências da Natureza da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, reconheceu o trabalho do Inpe, destacando o papel da ciência na formulação de políticas públicas. “Parabenizo a equipe do Inpe, especialmente Cláudio Almeida, por gerarem conhecimento científico valioso para os tomadores de decisão. É um trabalho exemplar”, afirmou. Rojas reafirmou o compromisso do MCTI em continuar contribuindo para o monitoramento e enfrentamento do desmatamento e das mudanças climáticas, sempre baseado em evidências.

Para mais notícias, acesse o Portal Defesa – Agência de Notícias.

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