Durante audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (13/8), a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, destacou a determinação do governo federal em negociar com os Estados Unidos no intuito de reverter as tarifas impostas aos produtos brasileiros e minimizar seus impactos.
“A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é benéfica para ambos os lados. O Brasil não representa um problema comercial para os americanos e estamos firmemente dedicados a demonstrar essa complementaridade econômica, que gera empregos e investimentos em ambos os países”, afirmou.
Prazeres lembrou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos mantêm um superávit comercial significativo com o Brasil. O país está entre os poucos com os quais os EUA apresentam tal superávit. No último ano, o saldo, considerando bens e serviços, alcançou quase US$ 30 bilhões. Em 2024, enquanto as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,3 bilhões, as importações somaram US$ 40,6 bilhões.
Ao analisar o perfil tarifário, a secretária salientou que, dos dez principais produtos que os EUA vendem ao Brasil, em oito casos a tarifa de importação é zero, incluindo petróleo e derivados. A tarifa média de importação dos produtos americanos é de apenas 2,7%.
“Essa tarifa baixa reforça o argumento de que, diante do déficit comercial que o Brasil possui com os Estados Unidos, não deveríamos ser alvo das medidas adotadas por eles. Temos trabalhado arduamente para negociar soluções que reduzam ou revertam barreiras que consideramos injustificadas”, declarou a secretária, destacando a presença de mais de 20 parlamentares na audiência.
Prazeres também citou que em 2024, mais de 9,5 mil empresas brasileiras exportaram produtos para os Estados Unidos, representando cerca de 33,4% do total das exportadoras. Esse é o país com o maior número de empresas exportadoras brasileiras, especialmente nos setores de máquinas e equipamentos e madeiras processadas, que podem ser impactados devido às especificidades dos produtos ofertados ao mercado norte-americano. “Dentro do nosso esforço, buscamos novos mercados para redirecionar produtos que possam ser adquiridos por compradores alternativos”, enfatizou.
A secretária anunciou ainda que o Brasil deve apresentar sua defesa até o dia 18 de agosto em relação ao processo aberto pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), conforme a Seção 301, anunciado em 15 de julho. A investigação aborda práticas e políticas do comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, preferência comercial, proteção da propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal, entre outros itens relacionados a práticas de “comércio desleal”. A audiência pública sobre esse processo está agendada para o início de setembro.
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