O primeiro semestre de 2025 registrou um aumento no número de jovens contratados por meio da aprendizagem profissional no Brasil, totalizando 69.878 admissões. Esse resultado representa um crescimento de 18,6% em comparação com o mesmo período de 2024, que contabilizou 58.919 contratações. Até junho, o país atingiu um novo recorde histórico, com 668.777 aprendizes ativos, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), responsável pela supervisão da Lei da Aprendizagem (nº 10.097/00).
O setor industrial liderou as contratações, somando 31.217 novos contratos, seguido pelos serviços (19.097), comércio (12.680), construção civil (6.247) e agropecuária (637). A área de serviços administrativos, por sua vez, foi responsável pela maior parte das vagas, com 39.479 admissões.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, refutou a ideia de que os jovens não desejam estudar ou trabalhar. De acordo com dados do Caged, a maioria das vagas formais entre janeiro e junho de 2025 foi ocupada por pessoas com menos de 24 anos. Marinho ressaltou: “Quem disse que o jovem não quer trabalhar com carteira assinada? O que eles realmente rejeitam são chefes autoritários, jornadas exaustivas e salários precários.”
A Lei da Aprendizagem é vista como uma importante janela de oportunidades para o mercado de trabalho, proporcionando aos jovens sua primeira experiência profissional com carteira assinada e ajudando na formação de habilidades técnicas e sociais para aumentar suas chances de empregabilidade.
Francisco Borges dos Santos, de 18 anos, trabalha na área administrativa do metrô do Distrito Federal como aprendiz e destaca como a experiência tem sido positiva. Desde que iniciou o programa, ele desenvolveu competências importantes como organização e comunicação, enquanto se prepara para o Enem, visando uma carreira em Psicologia. “A aprendizagem é um incentivo para continuar os meus estudos. Com meu salário, consigo investir em cursos que aprimoram meu conhecimento”, afirmou.
Stefane Santiago Leal, de 22 anos, também aprendiz na mesma empresa, ressaltou a importância da formação para a inclusão dos jovens no mercado de trabalho. “Para entrar no mercado, é exigida experiência, algo difícil de conseguir sem uma primeira chance”, comentou, expressando o desejo de seguir uma carreira como ilustradora.
Em números, entre janeiro e junho de 2025, foram formalizados 356.739 novos contratos de aprendizagem em todo o Brasil, com 286.861 contratos encerrados, resultando em um saldo positivo de 69.878 aprendizagens ativas. Do total de jovens contratados, 52,88% eram mulheres e 52,77% tinham até 17 anos. Em relação à escolaridade, 5,24% não haviam concluído o ensino fundamental, enquanto a maioria, 43,51%, cursava o ensino médio incompleto.
A contratação de aprendizes é permitida para jovens entre 14 e 24 anos, desde que matriculados em instituições de qualificação profissional credenciadas. O programa oferece remuneração proporcional ao salário mínimo, com jornada reduzida de até seis horas diárias, facilitando a conciliação entre trabalho e estudos. A formação técnica é gratuita, combinando teoria e prática nas empresas.
Além disso, os jovens aprendizes têm direito a FGTS com alíquota de 2%, 13º salário, vale-transporte e férias, que devem preferencialmente coincidir com o recesso escolar. As empresas de médio e grande porte que possuem pelo menos sete empregados em funções que demandam formação profissional têm a obrigatoriedade de contratar aprendizes, com uma cota que varia de 5% a 15% do total desses cargos.
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