O ato realizado em Pelotas, no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (22/8), marcou a reinício da formação de estoques públicos de arroz, interrompida por 11 anos. O estado gaúcho, responsável por cerca de 70% da produção nacional do cereal, entregou 540 toneladas do grão à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que será armazenado em sua rede credenciada, fortalecendo os estoques públicos.
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o presidente da Conab, Edegar Pretto, enfatizou a importância desses estoques. Segundo ele, a política pública tem como objetivo proteger tanto os produtores quanto os consumidores, garantindo que não haja desabastecimento ou aumento excessivo de preços.
"Adquirimos produtos para formar estoques públicos quando o mercado paga preços muito baixos aos produtores. Isso assegura a renda e o lucro dos que fornecem alimentos essenciais", destacou Pretto. Ele mencionou que, caso os preços subam desproporcionalmente em alguma região, a Conab poderá utilizar os estoques para equilibrar os preços.
O presidente explicou ainda sobre a formação dos estoques e os desafios enfrentados anteriormente. O governo disponibilizou R$ 1 bilhão para contratos de opção de venda, e apesar de a meta ser de 500 mil toneladas, apenas 91 mil foram contratadas no último ano, devido à percepção de preços desfavoráveis.
Com a mobilização de mais R$ 181 milhões, novos leilões foram realizados, resultando na contratação de quase 100% do que foi ofertado, totalizando cerca de 200 mil toneladas para os estoques da Conab.
Pretto ressaltou que a ausência de estoques impactou negativamente os preços dos alimentos. A extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e a falta de apoio a pequenos agricultores levaram a uma diminuição da produção interna de alimentos básicos, como arroz e feijão.
Neste ano, o Brasil deve registrar a maior safra agrícola de sua história, com um cenário mais favorável para a produção de diversos produtos. O presidente também comentou a tragédia ambiental enfrentada pelo Rio Grande do Sul, que sofreu com chuvas intensas, afetando muitos agricultores da região. A compra de arroz pelo governo, segundo ele, é uma medida de apoio a esses produtores, reforçando o compromisso com a segurança alimentar no país.
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