O segundo dia do Workshop “Introdução à Diplomacia Científica para o Desenvolvimento Sustentável: Prioridades Regionais da América Latina Rumo à COP30” prossegue até esta sexta-feira (8) e se destacou pelas discussões sobre infraestrutura científica, ciência aberta e a atuação em foros multilaterais. Organizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais (IAI), o evento acontece na sede do CGEE, em Brasília (DF).
As apresentações do dia abordaram mecanismos de cooperação internacional voltados ao desenvolvimento sustentável, com ênfase na promoção de energias renováveis e na troca de experiências institucionais. A necessidade de investimentos nacionais coordenados globalmente foi um dos principais temas discutidos. O debate contou com a participação do diretor do Centro Latino-Americano de Física (Claf), Ulisses Barres, e da representante do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Marilda Solon. Os palestrantes salientaram os objetivos de suas instituições na consolidação de grupos de pesquisa na América Latina.
Conforme Solon, o CNPEM atua em quatro eixos: disponibilização de infraestrutura aberta a pesquisadores de todo o mundo, realização de pesquisas internas, apoio à inovação e formação por meio de uma escola de ciências. “A diplomacia científica impacta a ciência e seu papel em melhorar a diplomacia, gerando resultados sociais, econômicos e intelectuais que aumentam o bem-estar social e promovem o avanço do conhecimento”, afirmou.
Barres, por sua vez, enfatizou que centros de pesquisa, incluindo aqueles menores, podem catalisar a cooperação entre instituições da região, facilitando a construção de uma agenda científica comum que influencie políticas públicas e o setor produtivo.
Na programação, foram tratados ainda o papel das energias renováveis e bens públicos globais na ação climática, sob a lente da cooperação internacional. Moderado pela coordenadora-geral de Cooperação Multilateral (CGCM) do MCTI, Adriana Thomé, o painel contou com a participação de representantes de várias instituições, que discutiram temas estratégicos para a diplomacia científica brasileira.
Thomé destacou a relevância das energias renováveis e energia nuclear para a transição energética. O fomento ao uso sustentável de recursos e a cooperação internacional foram enfatizados por Andrei Polejack, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), que frisou que a ONU espera um aumento na colaboração entre os países, especialmente na diplomacia científica, para atender à Agenda 2030.
O evento também incluiu um painel sobre como a diplomacia científica opera em foros multilaterais, discutindo a conexão entre conhecimento técnico-científico e atuação diplomática. O debate abordou as normas que regem esses foros e o papel das instituições na mediação entre ciência e política.
Ao final do dia, grupos de trabalho foram formados para aprofundar as discussões e propor encaminhamentos colaborativos em direção à construção de uma agenda regional de diplomacia científica.
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