No dia 14 de agosto, em celebração ao Dia Nacional da Paternidade Responsável, o Ministério da Saúde promoveu o webinário intitulado “Homens negros: desafios estruturais para o exercício da paternidade”. O evento, realizado nas dependências do Ministério, foi transmitido ao vivo pelo canal do DataSUS no YouTube.
A iniciativa visa aprofundar a discussão sobre o envolvimento dos homens na criação e cuidados com os filhos, com um foco especial nas particularidades das paternidades negras. Além disso, o debate está alinhado à Estratégia Primeira Infância Antirracista (PIA), que busca garantir o desenvolvimento equitativo das crianças negras, abordando a interseccionalidade entre saúde, educação e proteção social.
Um estudo do Primeiro Relatório sobre as Paternidades Negras no Brasil, divulgado em 2021, revela que a paternidade entre homens negros é fortemente influenciada pelo racismo estrutural, que culmina em desigualdades econômicas, violência e encarceramento. Apesar dessas barreiras, a pesquisa aponta que muitos pais negros estabelecem laços afetivos profundos com seus filhos, transformando a paternidade em um ato de resistência.
Outro aspecto significativo é que 80% dos homens participam das consultas de pré-natal, porém, em mais da metade dos casos (56%), o atendimento é exclusivo para a gestante, desconsiderando as necessidades do parceiro. Essa realidade destaca a importância de iniciativas como o Pré-natal do Parceiro, que pretende aproximar os homens dos serviços de saúde e promover práticas de cuidado integral.
A Estratégia Primeira Infância Antirracista sublinha que os primeiros seis anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento físico, emocional e social das crianças. O racismo estrutural que pode se manifestar desde cedo prejudica não apenas a saúde, mas também os vínculos parentais. Para o Ministério da Saúde, combater o racismo é uma responsabilidade coletiva, demandando ações concretas em diversas áreas.
Os objetivos do encontro incluíram:
• Discutir estratégias para fomentar a paternidade, especialmente entre homens negros, dentro da Atenção Primária à Saúde;
• Promover iniciativas como a Estratégia Primeira Infância Antirracista e o Pré-natal do Parceiro;
• Reforçar práticas parentais positivas e ambientes seguros para as crianças;
• Estimular o debate sobre o enfrentamento do racismo estrutural e a formulação de políticas públicas mais justas e inclusivas.
A transmissão do evento está disponível na íntegra.
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