Google Lança Gemini para Menores com Supervisão Parental: Uma Nova Conquista ou um Risco?
O Google está se preparando para liberar o acesso ao seu chatbot de inteligência artificial, o Gemini, para crianças menores de 13 anos. A informação, veiculada pelo The New York Times, revela que essa novidade chegará a jovens que utilizam contas com supervisão parental através do Google Family Link.
De acordo com um e-mail enviado pela empresa a um responsável por uma criança de 8 anos, que o jornal teve acesso, os aplicativos do Gemini serão brevemente disponibilizados, auxiliando em atividades cotidianas, como deveres de casa. É importante destacar que o uso do serviço não será obrigatório, permitindo que os pais decidam se seus filhos irão utilizá-lo.
Embora os detalhes do funcionamento do chatbot para jovens ainda sejam incertos, a expectativa gira em torno da promessa de ferramentas de controle que ajudarão os responsáveis a monitorar o uso do Gemini. Entretanto, o Google ainda não especificou uma data para o lançamento do serviço nem confirmou se haverá uma versão para o Brasil.
Potenciais Riscos
O anúncio vem carregado de preocupações, especialmente sobre os riscos associados ao uso de inteligência artificial por crianças. O e-mail enviado pelo Google destaca que o Gemini pode cometer erros e recomenda que os responsáveis ajudem as crianças a "pensar criticamente" sobre as respostas fornecidas.
Além disso, o comunicado sublinha que, apesar de existirem filtros para limitar o acesso a conteúdos impróprios, esses mecanismos não são infalíveis. A comunicação ainda alerta que "o Gemini não é humano" e que as respostas devem sempre ser validadas.
Carl Ryan, porta-voz do Google, reforçou que há proteções específicas para usuários mais jovens e que os dados não serão usados para treinar os modelos de IA associados a contas Family Link.
Proteção de Dados e Direitos das Crianças
Em meio a essa discussão, a advogada especializada em direito digital, Antonielle Freitas, alertou para a complexidade de garantir a proteção dos dados e direitos das crianças em um ambiente digital que pode ser arriscado. Freitas destaca que, embora a IA possa trazer benefícios educacionais, também impõe riscos como a coleta indevida de dados pessoais e a exposição a conteúdos impróprios.
A proteção das crianças na internet é respaldada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que exigem consentimento claro dos responsáveis para o tratamento dos dados dos jovens.
Para garantir um ambiente digital seguro, Freitas enfatiza a necessidade de transparência no uso de dados, consentimento parental verificável e mecanismos robustos de controle e segurança.
Considerações Finais
A liberação do Gemini para crianças é um passo significativo na adoção de ferramentas de inteligência artificial no cotidiano infantil, mas também levanta questões sérias sobre a segurança e o bem-estar das crianças. Enquanto esperam pela implementação do serviço, os responsáveis devem se preparar para orientar suas crianças sobre o uso crítico da tecnologia, sempre atentos aos possíveis riscos que essa nova era digital pode apresentar.
O Google não se manifestou sobre a questão até o momento desta publicação, e a matéria poderá ser atualizada à medida que novas informações surjam.
