CEMDP Promove Audiência Pública e Visita Técnica ao Memorial de Mortos e Desaparecidos Políticos no Rio de Janeiro
Nos dias 21 a 23 de maio, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), realizou uma série de atividades no Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso do governo com a memória, a verdade e a justiça. A programação incluiu uma audiência pública no Arquivo Nacional, uma reunião ordinária da comissão e uma diligência técnica no cemitério Ricardo de Albuquerque, onde foram encontrados remanescentes ósseos que podem pertencer a vítimas da ditadura militar.
Durante a visita ao cemitério, a equipe de identificação constatou o estado de deterioração do memorial construído em 2000, resultado da mobilização do Grupo Tortura Nunca Mais. Entre os problemas observados, estavam placas quebradas e um contexto visual alterado. A coordenadora-geral de Políticas de Memória e Verdade do MDHC, Paula Franco, destacou a importância desse memorial como uma conquista da sociedade civil e mencionou que, apesar das intervenções feitas, modificações adicionais ainda são necessárias.
O coordenador-geral de Apoio à CEMDP, Caio Cateb, ressaltou que a prioridade foi dar dignidade aos remanescentes ósseos, que estavam armazenados inadequadamente. “Os técnicos recolheram e acondicionaram em caixas etiquetadas e registradas”, comentou Cateb. Agora, a comissão busca um local apropriado para armazenar esses remanescentes, visto que as atuais condições do cemitério são insatisfatórias e podem comprometer futuras análises.
No contexto da audiência pública, especialistas e familiares de vítimas discutiram os resultados da diligência. A presidenta da CEMDP, ao abrir a reunião, enfatizou os avanços na emissão de certidões de óbito retificadas. As equipes técnicas apresentaram diagnósticos detalhados, abordando tanto a situação do memorial quanto das condições dos remanescentes.
Maria Cecília de Oliveira Adão, conselheira da CEMDP, reafirmou a importância de levar estas discussões para diferentes regiões do Brasil, permitindo que as novas gerações conheçam a história da ditadura. Cateb também destacou a relevância desta agenda para construir diálogos e parcerias com a sociedade civil.
A cerimônia destacou, ainda, o projeto "Lugares pela Memória", que busca mapear e sinalizar espaços que preservam a memória do período ditatorial, incluindo o avanço na implementação do imóvel conhecido como Casa da Morte em Petrópolis.
Perguntas Frequentes:
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O que é a CEMDP?
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) é um órgão responsável por investigar e promover ações relacionadas às vítimas de desaparecimentos forçados durante a ditadura militar no Brasil. -
Qual a importância do memorial no cemitério Ricardo de Albuquerque?
O memorial é uma homenagem às vítimas da ditadura e uma conquista da mobilização da sociedade civil, essencial para a preservação da memória histórica e a promoção da verdade e justiça. -
Quais foram os principais problemas constatados no memorial?
Durante a visita, foram observadas deteriorações como placas quebradas e um estado visual modificado em relação ao projeto original, o que compromete sua função de memória. -
O que será feito com os remanescentes ósseos encontrados?
A CEMDP planeja encontrar uma nova localização adequada para os remanescentes e avaliar a possibilidade de análises genéticas, considerando a deterioração dos materiais. - Como a audiência pública contribui para a memória histórica?
A audiência pública reúne especialistas, familiares e a sociedade civil para discutir os avanços e desafios na preservação da memória das vítimas, educando também as novas gerações sobre os eventos da ditadura.
