O projeto Ciência&Clima, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), organizou uma oficina técnica virtual nesta quinta-feira (21), reunindo cerca de 50 especialistas para discutir a relevância dos dados de biomassa no Setor Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF) do Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE).
O evento ocorre em um momento crucial, coincidindo com a consolidação do plano de ação para aprimorar o Inventário Nacional. Esta iniciativa integra um cronograma que visa revisar fatores de emissão e remoção, além de atualizar as bases de dados para o setor.
O próximo Inventário será apresentado na Quinta Comunicação Nacional e no Segundo Relatório Bienal de Transparência do Brasil perante a Convenção do Clima, com previsão de submissão em 2026. A elaboração desses documentos, coordenada pelo MCTI, é essencial para atender aos compromissos de transparência do Brasil em relação ao Acordo de Paris.
Durante a oficina, os participantes debateram a disponibilidade e as lacunas dos dados de biomassa no Brasil, além de engajar especialistas na sistematização de estudos sobre biomassa e carbono. O coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Márcio Rojas, destacou que o Inventário Nacional vem sendo elaborado por cerca de 30 anos, com contínuas melhorias fundamentadas na disponibilidade de dados e nas mais recentes pesquisas científicas.
Rojas sublinhou que o Inventário segue diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), que incluem princípios de transparência e qualificação nos processos de controle de qualidade. Segundo dados do Inventário, o LULUCF foi responsável por 39,5% das emissões totais do Brasil em 2022, refletindo a sensibilidade do setor às taxas de desmatamento e degradação florestal.
Os especialistas também apresentaram avanços no setor, destacando novas informações sobre biomassa e a necessidade de dados para melhorias, levando em conta a diversidade dos biomas brasileiros. O pesquisador Jean Ometto, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), abordou a estimativa de biomassa na Amazônia, utilizando tecnologia LiDAR para monitoramento das florestas.
A ecóloga Mercedes Bustamante enfatizou a necessidade de realizar mapeamentos de transições de uso da terra em escala nacional, alertando para a complexidade que janelas menores de inventário podem trazer, uma vez que essas transições podem exigir mais tempo para serem adequadamente identificadas.
A transição para a Estrutura Aprimorada de Transparência (ETF) do Acordo de Paris exige a submissão de um novo Inventário Nacional a cada dois anos. Para mais informações sobre o setor, estão disponíveis o Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil e o Relatório do Inventário Nacional, que detalham a metodologia empregada e fornecem uma cartilha explicativa sobre o Inventário Nacional de GEE.
O projeto Ciência&Clima, que elabora as Comunicações Nacionais e Relatórios Bienais do Brasil na convenção climática, é uma iniciativa do MCTI com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
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