O estado do Pará é o ponto de partida do Programa Nacional de Florestas Produtivas, que selecionou 18 projetos de assentamento, duas unidades de conservação federal e um território quilombola para implementar sistemas produtivos sustentáveis. Essas iniciativas buscam integrar produtos da agricultura familiar à sociobioeconomia e à recuperação de florestas. Entre as ações destacadas está a criação de Unidades Populares de Referência Tecnológica (UPRTs), que servem como vitrines para que as famílias conheçam e repliquem boas práticas em suas propriedades.
As UPRTs também funcionam como espaços de aprendizado sobre agroflorestas. A implementação desse conceito ocorre em parceria com lideranças dos projetos de assentamento e técnicos da Embrapa Amazônia Oriental, permitindo que a comunidade cultive essas pequenas áreas. O principal objetivo é capacitar outras famílias da região a praticar a agrofloresta e a replicar as experiências adquiridas.
Até o momento, os arranjos produtivos predominantes são sistemas agroflorestais com espécies que atendem à demanda das famílias e do mercado local, como açaí, banana, cupuaçu e cacau, além de outras como rambutão, uxi e pequi. A preferência na implementação é dada a insumos naturais, como torta de mamona e calcário, para minimizar impactos ambientais.
Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, ressalta que os sistemas agroflorestais, que envolvem diversas espécies em uma mesma área, são complexos. Ele acrescenta que a Assistência Técnica e Extensão Rural é fundamental para o sucesso das Florestas Produtivas, afirmando que os desafios são compensadores, pois geram resultados sustentáveis a curto, médio e longo prazo.
Além das UPRTs, o projeto contará com o suporte das Casas da Floresta, locais que já existem e que receberão apoio para atividades formativas, como capacitações e oficinas. Estão sendo estruturados também viveiros comunitários e bancos de sementes, que poderão ser utilizados tanto para cultivo quanto para a comercialização de mudas.
Everaldo Nascimento, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, destaca a importância de capacitar as famílias para replicar as experiências implantadas. Ele acredita que o acesso ao conhecimento tecnológico deve ocorrer por meio da educação popular, onde o compartilhamento de saberes técnicos e científicos com conhecimentos locais é essencial para o êxito de iniciativas como essa.
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