O presidente Lula da Silva fez uma ligação na manhã desta quarta-feira (20/8) ao presidente da França, Emmanuel Macron. Durante a conversa, que se estendeu por quase uma hora, ambos os líderes discutiram temas de interesse global e bilateral, reafirmando seu apoio ao multilateralismo e ao livre comércio.
Lula criticou o uso político de tarifas comerciais contra o Brasil e apresentou as medidas adotadas por seu governo para proteger trabalhadores e empresas nacionais. Ele também informou a Macron sobre o recurso que o Brasil apresentou à Organização Mundial do Comércio contra as tarifas norte-americanas, destacando a falta de legitimidade dos instrumentos unilaterais utilizados pelos Estados Unidos, como a Seção 301.
O Brasil planeja avançar na conclusão de novos acordos comerciais e na abertura de mercados para sua produção. Nesse sentido, o presidente citou a finalização do Acordo Mercosul-EFTA e as prioridades nas negociações com parceiros como Japão, Vietnã e Indonésia.
Os dois presidentes comprometeram-se a finalizar o diálogo para a assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco. Também reafirmaram a intenção de promover uma maior cooperação entre países desenvolvidos e o Sul Global, defendendo um comércio baseado em regras multilateralmente acordadas. Nesse âmbito, Lula anunciou que o multilateralismo será um dos principais temas da Cúpula Virtual do Brics, programada para setembro.
Em relação à mudança climática, Lula destacou que a COP-30 será a “COP da verdade”, onde ficará evidente quais países confiam na ciência. Ele ressaltou as metas ambiciosas apresentadas pelo Brasil e a necessidade de que a União Europeia faça o mesmo. Macron confirmou seu apoio à cúpula que será realizada em Belém e anunciou sua presença no evento.
Os líderes também discutiram as negociações de paz na Ucrânia, com Macron elogiando o papel do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China. Ambos acordaram em manter o diálogo sobre o conflito, enquanto Lula expressou preocupação com o aumento dos gastos militares em um mundo onde cerca de 700 milhões de pessoas ainda enfrentam a fome. Nesse contexto, ele mencionou a saída do Brasil do Mapa da Fome da FAO e defendeu a reforma das instituições multilaterais para uma governança global mais representativa e democrática.
No âmbito bilateral, os presidentes se comprometeram a aprofundar a cooperação em defesa.
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