Começou nesta terça-feira (19) em Brasília o Seminário Nacional por uma Cultura Popular do Campo, com o apoio do Ministério da Cultura (MinC). O evento, que ocorrerá ao longo de três dias, reúne artistas, educadores populares, pesquisadores, lideranças de movimentos sociais e sindicais, gestores públicos e representantes de diferentes ministérios. O principal objetivo é fortalecer o debate e avançar na formulação de uma política pública específica para a cultura rural.
Na cerimônia de abertura, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, destacou a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) como um importante instrumento de democratização do acesso à produção, fruição e difusão cultural. Esta iniciativa tem ganhado reconhecimento internacional ao valorizar grupos culturais comunitários de todos os territórios do país como fundamentais para a cultura nacional. A secretária convocou entidades e coletivos a se cadastrarem como Pontos de Cultura, ampliando assim o acesso aos recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.
“A primeira orientação é acompanhar a Política Nacional Aldir Blanc, seguir os sites das Secretarias de Cultura, ocupar espaço nos conselhos, participar das audiências e se reconhecer como Pontos de Cultura. Escolas de formação artístico-cultural, grupos de dança, mestres que ensinam tradições, todos podem ser reconhecidos como Pontos de Cultura, e esse reconhecimento é a porta de entrada para a política cultural”, afirmou.
Márcia também sugeriu que os movimentos relacionados à cultura do campo façam parte da construção da Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares, que está sendo elaborada pelo MinC com ampla participação social. “Os direitos culturais elevam o conjunto de direitos. Garantem o direito identitário, de ser, de existir, da imaginação e da memória. A arte tem esse papel: nos eleva e nos humaniza. A cultura é também um campo de resistência e de crítica à realidade”, completou.
Durante o evento, Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, enfatizou a importância da integração entre as pautas da cultura e do desenvolvimento agrário. “Estamos em diálogo com o MinC para formalizar um acordo de cooperação técnica. Precisamos de políticas específicas para a cultura, mas também integrar a dimensão cultural nas políticas públicas de desenvolvimento agrário. Nossa meta aqui é aprovar um documento final que guie nosso trabalho conjunto”, detalhou.
O seminário também contou com a participação da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais, que reúne diversas organizações culturais atuantes em comunidades rurais, promovendo ações por meio de bibliotecas comunitárias, museus, centros culturais e cineclubes, entre outros, que atendem povos da floresta, das águas e do campo.
O evento é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
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