Pelas atuais projeções sobre as operações no país, o sistema de apuração da Receita Federal enfrentará um volume de 70 bilhões de documentos fiscais anualmente, uma base de dados considerada “monumental”, acessível a fornecedores e adquirentes. A afirmação foi feita por Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária, durante o evento Conta Azul Con, em São Paulo.
O novo sistema em desenvolvimento, que está sendo formulado em colaboração com estados e municípios, será totalmente baseado em tecnologia. Cada documento que ingresar na plataforma receberá informações pertinentes. “Esse conjunto de dados estará disponível tanto para o fornecedor quanto para o adquirente em todas as operações”, destacou Appy.
No que diz respeito às empresas, Appy afirmou que aquelas com um menor volume de operações poderão acessar as informações de maneira manual, enquanto empresas que realizam mais transações terão a opção de usar API (Application Programming Interface) para facilitar o acesso. Os contadores, conforme o secretário, terão um papel crucial ao ajudar os clientes a processar essas informações, que são valiosas para a gestão empresarial.
Sobre a integração da Inteligência Artificial (IA) no novo modelo tributário, Appy ressaltou que a tecnologia terá um papel crescente, proporcionando acesso eletrônico a vastas informações que auxiliarão as empresas na formulação de suas estratégias. “É uma mudança de paradigma”, observou, acrescentando que aqueles que conseguirem aproveitar melhor essa transição terão vantagens competitivas.
Para os contadores, Appy destacou o desafio de auxiliar seus clientes na adaptação ao novo sistema, que, embora mais simples, é completamente inédito. Ele mencionou que a principal responsabilidade será emitir documentos fiscais e registrar os direitos a créditos, ressaltando que apenas itens adquiridos para uso pessoal não darão direito à recuperação de crédito.
Adicionalmente, o secretário enfatizou que a reforma introduzirá novas estratégias para a extinção de débitos tributários, como o método de split payment, que permite a segregação do tributo a ser recolhido no ato da liquidação da operação comercial. Esse modelo se distancia do atual, que seleciona apuração mensal e pagamento no mês subsequente.
Conforme Appy, caberá aos contadores interpretar as novas regras tributárias para seus clientes, auxiliando na compreensão das implicações para seus negócios e no planejamento futuro.
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