A COP 30, programada para ocorrer em Belém (PA), também representará um marco para a agricultura familiar brasileira. Por meio do Edital de Licitação nº 12060/2025, alimentos de pequenos produtores estarão presentes nos menus do evento, com ênfase em organizações compostas por mulheres, jovens rurais, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Essa iniciativa reforça o compromisso do Governo Federal e destaca o trabalho da Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (SEAB/MDA) na valorização desse setor. Para os pequenos produtores, a participação em um evento internacional abre portas para um mercado de alto valor, com potencial para incremento de receita, melhora na previsibilidade de renda e fortalecimento de cadeias curtas de abastecimento. Além disso, contribui para a economia local e cria oportunidades de ampliação na capacidade de fornecimento para outros mercados.
Ana Terra, secretária de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar, enfatizou que a inclusão da agricultura familiar na oferta de alimentos para a COP 30 é o resultado de um trabalho articulado iniciado em 2024, reforçando o compromisso do Brasil com sistemas alimentares sustentáveis e inclusivos. Ela afirmou: “O Edital publicado pela Secop demonstra o compromisso do Brasil em fortalecer a agricultura familiar, em toda sua diversidade. Desde outubro do ano passado, temos trabalhado para garantir que as cozinhas da COP 30 sejam abastecidas com alimentos saudáveis, originados da agricultura familiar brasileira.”
Ao priorizar grupos historicamente marginalizados, essa medida promove inclusão e reconhecimento. A presença de seus produtos em um evento global, consumidos por líderes, delegações e visitantes internacionais, eleva a autoestima das comunidades e incentiva a continuidade de práticas de produção sustentável e culturalmente diversas.
Para Roseli Zerbinato, coordenadora de Aquisição e Distribuição de Alimentos da SEAB/MDA e uma das principais responsáveis pela inclusão de pequenos produtores na COP 30, a iniciativa possui um impacto simbólico significativo. “Incluir a mandioca, o açaí, o baru, o mel de abelha nativa ou o feijão de pequenas propriedades nos cardápios da COP 30 é uma afirmação política de que as soluções para a crise climática também envolvem o fortalecimento de sistemas alimentares locais, diversos e sustentáveis. Trata-se de um gesto de soberania alimentar, valorização de saberes tradicionais e de reconhecimento de que a agricultura familiar e a agroecologia são essenciais na transição para modelos produtivos de baixo carbono”, destacou.
Zerbinato também ressalta que essa ação comunica ao mundo que a agenda climática do Brasil está enraizada na justiça social, integrando combate à fome, redução de desigualdades e preservação ambiental. De acordo com ela, a experiência da COP 30 pode catalisar a ampliação e o fortalecimento da obrigatoriedade de aquisição de produtos da agricultura familiar em outros contratos públicos e eventos privados de interesse público, promovendo novas normativas e programas que integrem sustentabilidade, inclusão social e compras governamentais.
Ao vincular a alimentação da COP 30 à agricultura familiar, o Brasil envia uma mensagem clara ao mundo: nossas soluções climáticas são também sociais, territoriais e culturais, demonstrando que é possível articular a produção de alimentos, o combate à fome, a geração de renda e a preservação ambiental de forma integrada.
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