A 2ª Reunião Plenária Ordinária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), realizada nesta terça-feira (5) no Palácio do Planalto, em Brasília, comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome. O anúncio foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 28 de julho.
A média trienal 2022/2023/2024 mostrou que menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subnutrição ou com acesso insuficiente à alimentação. Essa conquista foi alcançada em um período de dois anos, considerando que 2022 foi um ano crítico para a segurança alimentar no país. As informações fazem parte do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que a luta contra a fome requer políticas de Estado robustas. “Políticas ‘quebra-galho’ não resolvem esse problema. A fome é responsabilidade do Estado e, sem essa abordagem, não há solução”, destacou. Ele também ressaltou a importância de não esquecer aqueles que ainda enfrentam vulnerabilidade, apesar dos avanços relatados pela FAO. “Temos que transformar problemas que parecem insolúveis em um debate político real e abrangente”, afirmou.
Lula se emocionou ao compartilhar suas experiências de fome, enfatizando que essa vivência o motiva a priorizar o combate à fome no exercício de sua liderança. “Cuidar do pobre de verdade não se faz apenas com a consciência, é preciso fazê-lo com o coração. É preciso sentir o que essa dor representa”, disse.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ressaltou que a conquista foi fruto de um trabalho articulado entre os ministérios, envolvendo cerca de 80 programas destinados a garantir o direito humano à alimentação adequada, dentro do Plano Brasil Sem Fome. Segundo ele, o combate à fome é prioridade do governo, e a saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado de políticas como o Bolsa Família, além da valorização do salário mínimo e do aumento da renda e do emprego, especialmente para as camadas mais pobres da população.
Apesar dos avanços, o ministro reforçou o compromisso de atender quem ainda necessita de apoio. “Não descansaremos enquanto houver uma única pessoa passando fome neste país”, reafirmou.
Durante o evento, Elisabetta Recine, presidente do Consea, destacou as conquistas do Brasil no relatório da FAO e a necessidade de continuar os esforços para alcançar melhores resultados nos próximos anos. Ela enfatizou que a saída do Mapa da Fome deve-se também ao trabalho de representantes da sociedade civil. “São todos os agricultores e agricultoras que contribuíram para isso. É um compromisso profundo que vai além de garantir um prato de comida; trata-se de garantir dignidade e uma vida plena”, afirmou.
A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, reafirmou o compromisso da pasta em fortalecer os sistemas alimentares, destacando a importância da articulação intersetorial e da participação social. Ela ainda defendeu o desenvolvimento de estratégias de educação e comunicação, além de um financiamento adequado para melhorias no setor.
O Consea atua como órgão assessor da Presidência da República na área de segurança alimentar e nutricional, integrando o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e promovendo a gestão intersetorial das políticas públicas com a participação da sociedade civil. A 2ª Reunião Plenária Ordinária do mandato 2025–2027 também abordou a integração entre a agenda climática e a segurança alimentar e nutricional.
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