Um projeto liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em colaboração com o governo japonês, introduzirá uma tecnologia de mapeamento territorial por satélite para auxiliar a indústria do Rio Grande do Sul na adaptação às mudanças climáticas.
A iniciativa visa implementar um sistema japonês que utiliza mapeamento via satélite, sensoriamento remoto e inteligência artificial para criar simulações digitais de enchentes. Essa ferramenta tem o potencial de prever cenários de risco, orientar planos de contingência e reforçar cadeias produtivas que são vulneráveis a eventos climáticos extremos, com foco especial nas micro e pequenas empresas que já foram impactadas ou que operam em áreas de risco.
A medida é uma resposta às severas enchentes que afetaram o Estado em 2024 e será executada pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), em parceria com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae-RS).
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Daniel de Almeida Filho, destacou que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) recentemente aprovou uma nova linha de investimento voltada para a utilização da ciência e tecnologia no enfrentamento das mudanças climáticas, intitulada SOS Clima Brasil, que se alinha à iniciativa no Rio Grande do Sul.
“Estamos utilizando tecnologias de imageamento por satélite e inteligência artificial para simular enchentes e encontrar maneiras de ajudar pequenos negócios no RS a se tornarem mais resilientes a esses problemas, que tendem a ser mais frequentes devido às mudanças climáticas. Isso revela o compromisso do MCTI com o projeto, que já começa com a intenção de aplicar o melhor da nossa ciência e tecnologia em parceria com outros países”, afirmou.
Entre os dias 8 e 10 de julho, uma missão técnica da UNIDO, com a participação do MCTI, esteve em Porto Alegre para realizar um workshop com empresas locais. O objetivo foi apresentar o funcionamento da tecnologia, alinhar a estratégia de implementação e debater os impactos socioeconômicos das enchentes.
Na sequência do workshop, ocorreram reuniões técnicas entre representantes do MCTI, UNIDO e Sebrae-RS com especialistas do governo estadual, da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), do Consulado-Geral do Japão e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O último dia da missão incluiu visitas técnicas a indústrias na região metropolitana de Porto Alegre para avaliar os impactos estruturais das enchentes de 2024.
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