A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou a saída do Brasil do Mapa da Fome em 28 de julho. Juntamente com o Brasil, apenas Geórgia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita conseguiram essa conquista em 2025, integrando uma lista de 62 países que têm menos de 2,5% de sua população em risco de subnutrição ou com dificuldades de acesso a alimentos suficientes. Mais da metade dessas nações faz parte da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, muitas das quais possuem experiências bem-sucedidas que podem ser replicadas em outras regiões.
A iniciativa, lançada pelo presidente Lula durante a sua presidência do G20 no ano passado, visa apoiar e acelerar esforços para erradicar a fome e a pobreza global, enquanto busca reduzir desigualdades e promover transições sustentáveis e justas. A Aliança Global atualmente conta com 193 membros, englobando 101 países e 92 organizações internacionais, bancos de desenvolvimento, instituições financeiras e organizações da sociedade civil.
Wellington Dias, copresidente da Aliança Global e ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, ressaltou que a Aliança foi criada pelo G20 para ajudar os países a mobilizar e alinhar recursos em torno de políticas eficazes, guiadas pelos próprios governos em diálogo com suas comunidades locais.
Um dos principais instrumentos da Aliança é a Cesta de Políticas, que oferece um conjunto de programas e ferramentas, cuidadosamente avaliadas, que podem ser adaptadas a contextos específicos. Essa abordagem visa incentivar mais países a seguir o exemplo do Brasil e sair do Mapa da Fome.
Dias destacou que a Aliança busca desbloquear o potencial de estratégias existentes, que são efetivas e escaláveis, mas que muitas vezes enfrentam desafios devido à fragmentação da cooperação internacional ou à insuficiência de recursos.
A Cesta de Políticas inclui exemplos de iniciativas que combatem a fome, que ainda afeta 673 milhões de pessoas, conforme o Relatório Sofi 2025 da FAO. No Brasil, programas como Bolsa Família, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Cisternas e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) estão entre as iniciativas disponíveis. O Reino Unido, por exemplo, conta com o “Healthy Start”, voltado à nutrição materna e da primeira infância, enquanto a China oferece microcrédito para investimentos produtivos e a França apresenta o “Ma Cantine”.
A saída do Brasil do Mapa da Fome é baseada na média trienal de 2022 a 2024, que situou o país abaixo do limiar de 2,5% da população em risco. Essa conquista ocorreu em dois anos, após um período crítico em 2022, quando 33 milhões de brasileiros estavam em situação de fome. O resultado de 2024, com 1,7% da população fora dessa condição, foi crucial para alcançar o índice estabelecido pela FAO.
Dados do Relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” – SOFI 2025 – lançados durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), indicam que cerca de 8,2% da população mundial, ou aproximadamente 673 milhões de pessoas, enfrentaram fome em 2024, uma queda em relação a anos anteriores. No entanto, o progresso foi desigual, com a fome avançando em várias sub-regiões da África e da Ásia Ocidental.
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