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MTE resgata 59 trabalhadores em situação análoga à escravidão durante a colheita de café em Minas Gerais

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) iniciou, na primeira semana de agosto, uma série de fiscalizações em regiões produtoras de café em Minas Gerais, especificamente nas áreas rurais de Córrego Danta, Machado e Campestre. Essas operações resultaram no resgate de 59 trabalhadores em condições análogas à escravidão, com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Militar (PM).

Durante as fiscalizações, foi verificado que os trabalhadores estavam envolvidos na colheita de café sem garantias de direitos trabalhistas, sem alojamento adequado e sem condições mínimas de segurança.

Na zona rural de Córrego Danta, 30 trabalhadores foram encontrados sem registro em carteira, o que os deixava sem qualquer proteção social, inclusive em caso de acidentes. Os empregados eram forçados a arcar com os custos de equipamentos de proteção e ferramentas, uma prática ilegal. A falta de banheiros nas frentes de trabalho e as condições precárias de higiene elevavam o risco de doenças, especialmente para as 14 mulheres presentes, que enfrentavam situações vexatórias. Além disso, as refeições eram consumidas de forma improvisada, sem instalações adequadas.

Em outra propriedade, onde 23 trabalhadores foram resgatados, foi constatada a reincidência do empregador em práticas criminosas. Os trabalhadores migrantes da Bahia viviam em condições extremamente precárias, distribuídos em três casas na zona urbana de Campos Altos e sem as mínimas condições dignas, como cama, espaço para refeições e até mesmo chuveiros.

Nas zonas rurais de Machado e Campestre, outros seis trabalhadores foram resgatados. Durante a operação, os auditores fiscais identificaram múltiplas infrações às Normas Regulamentadoras, incluindo a ausência de exames médicos obrigatórios, falta de água potável e de locais adequados para alimentação e descanso.

Para cinco dos trabalhadores resgatados, foi assegurado o pagamento de mais de R$ 200 mil em verbas rescisórias. Um caso específico chamou a atenção: um trabalhador idoso, analfabeto e sem apoio familiar, viveu por cerca de 40 anos em condições degradantes, sem acesso adequado a água potável e saneamento. Histórias de vínculos afetivos com a família do empregador original, já falecido, foram relatadas, sem que seus direitos trabalhistas fossem reconhecidos.

Atualmente, o caso está sendo tratado visando garantir a reparação devida e condições de vida digna ao trabalhador. Denúncias anônimas de situações semelhantes podem ser realizadas através do Sistema Ipê disponível na internet.
Para mais notícias, acesse o Portal Defesa – Agência de Notícias.

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